Autor: admin

A Academia Piauiense de Letras abre suas portas neste sábado (02) para a apresentação de três obras da Coleção Centenário e lançamento de uma nova empreitada literária: a Coleção Século XXI. Nesse novo empreendimento, a Academia pretende disponibilizar ao público obras de novos autores, revelando nomes e proporcionando uma oxigenação da literatura piauiense.
“Essa nova coleção, que estamos denominando Coleção Século XXI, pretende contribuir com os novos autores, fazendo com que o público conheça o que há de novidade em termos de produção literária local, brindando esse público com bons livros, com discussões contemporâneas e colocando a Academia no cumprimento de um dos seus papéis: fomento à produção”, revela Nelson Nery Costa, presidente da Academia Piauiense de Letras.
Os primeiros títulos da Século XXI são “Artigos de Primeira Necessidade, de Lázaro do Piauí; “Oligarquia Pires Ferreira: Família e Poder Político no Piauí (1889-1920)”, de Maria Cecília; e ainda “O Hortigranjeiro e a Médica”, de Rita de Cássia Amorim Andrade.
A obra sobre a oligarquia Pires Ferreira, por exemplo, escrita pela historiadora Maria Cecília Silva de Almeida Nunes, faz um resgate das relações de poder na política piauiense no decorrer da Primeira República, contexto marcado pela existência de três grupos: o Coelhado, liderado pelo senador Antônio Coelho Rodrigues; o Piferista, liderado pelo senador Firmino Pires Ferreira; e o Pachequista, liderado por Félix Pacheco.
A violência consolidada no terror policial, repressão, demissões, fraude eleitoral, corrupção e clientelismo são alguns dos mecanismos utilizados como estratégia de força pelas diferentes instâncias do poder político e que são relatados pela autora. O livro também aborda o papel da imprensa escrita da época, uma vez que os jornais eram em sua maioria órgãos de apoio de grupos ou partidos.
O historiador e economista Merlong Solano, responsável pelo prefácio da obra, destaca que a pesquisa realizada não se limita aos aspectos cronológicos e à dimensão pessoal, estudando a política do Piauí como desdobramento de lutas de classes, analisando também a economia local e sua inserção no capitalismo mundial. “A professora Maria Cecília soube elaborar uma leitura instigante, quase um trabalho de ourivesaria, pelos fatos e pelos problemas que soube resgatar”, destaca Merlong Solano.
Já a Coleção Centenário ultrapassa as 50 obras publicadas. Neste sábado o público conhecerá “História, Literatura, Sociabilidade”, de Teresinha Queiroz; “Poesia Completa”, de Lucídio Freitas; “Limites entre os Estados do Piauí e do Maranhão e Questões Territoriais”, de Antonino Freire.
A solenidade está marcada para as 10h, na sede da Academia Piauiense de Letras, localizada à avenida Miguel Rosa, 3300.