Uma imersão na história, na representatividade e na força da mulher piauiense. Após um período no Palácio de Karnak, o Conselho Estadual de Cultura do Piauí (CEC) levou a exposição ‘Pioneiras’ ao Shopping Rio Poty, em Teresina. O evento contou com a presença da governadora Regina Sousa e do presidente do CEC, Nelson Nery Costa. “Essa exposição é importante para demonstrar o protagonismo da mulher na história do Piauí. Ao olhar para essa exposição, você vai ver quantas mulheres marcaram a história do Piauí. Todas essas mulheres devem ser lembradas e vistas para as meninas mirarem, terem como exemplo de mulheres que venceram e se destacaram”, destaca Regina Sousa.

Com a curadoria da coordenadora do Centro Cultural M. Paulo Nunes, Poliana Sepúlveda, a exposição é uma viagem abrangente pela experiência feminina nos séculos XIX a XXI, enaltecendo ícones das mais distintas áreas no Estado.

Singela, forte, e ao mesmo tempo visceral, a exposição promete ser um marco na cultura local, reconhecendo a importância da ocupação de espaços pela mulher, valorizando o seu talento, fazendo ainda uma louvação à mulher no dia-a-dia, com os seus desafios, percalços e conquistas, reunindo uma coletânea de matérias, histórias guardadas em gavetas, artigos e impressões.

Após ficar exposta no Shopping, a exposição irá para o Museu do Piauí; com a expectativa que ela percorra outros espaços posteriormente. Interativa, a exposição não homenageará apenas as 29 selecionadas neste primeiro momento, viabilizando que o visitante preste láureas a outras mulheres de igual importância e representatividade.

Segundo o presidente do Conselho Estadual de Cultura, o advogado e escritor Nelson Nery Costa, a exposição destaca mulheres de vários séculos, desde Esperança Garcia, reconhecida como a primeira advogada piauiense, até Regina Sousa, primeira mulher governadora do Piauí. “O século XXI é o século do reconhecimento efetivo das mulheres na sociedade e a ideia de uma exposição sobre as pioneiras, mulheres que se destacaram, que iniciaram com alguma ideia ou algum serviço, é o registro desse passado que permite o dia de hoje”, complementou.

A governadora do Piauí Regina Sousa publicou na última semana um novo decreto com alterações na Lei do Patrimônio Vivo. O documento viabiliza uma ampliação no valor pago aos mestres da cultura contemplados, o reajuste representa mais do que o dobro do que era creditado anteriormente para pessoas físicas, passando de R$ 523,53 para R$ 1,1 mil; para os grupos culturais a bolsa foi ampliada de R$ 1,5 mil para R$ 2,2 mil.

Além dessa mudança, a líder do Poder Executivo local viabilizou a inclusão de mais 30 contemplados em 2022, com isso, serão 90 beneficiados entre pessoas físicas e grupos até o final deste ano. O pleito é uma luta do Conselho Estadual de Cultura do Piauí, liderado pelo jurista Nelson Nery Costa, assim como pela Secretaria Estadual de Cultura.

A regulamentação da lei se deu em fevereiro do ano passado, após uma mobilização de mais de uma década, viabilizando que mestres e grupos que atuam em ofícios tradicionais piauienses reconhecidos no Brasil e no mundo – tais como arte santeira, renda de bilro – ou manifestações culturais ligadas à dança, música, literatura de cordel possam receber aporte financeiro para transmitir seus conhecimentos e experiências e, assim, perpetuar estes ofícios.

O Conselho Estadual de Cultura participou diretamente de todas as fases da lei, desde a sua apresentação com a então deputada federal Flora Isabel, até o processo de regulamentação; a ampliação dos beneficiados valoriza a nossa cultura, permitindo que mais mestres continuem a difundir seu conhecimento Piauí afora.

LIVE – No último dia 23 de junho, o Conselho Estadual de Cultura promoveu uma live para tratar sobre a ampliação da Lei do Patrimônio Vivo, detalhando as melhorias autorizadas pela governadora Regina Sousa. O edital para a seleção dos novos contemplados deve ser divulgado em breve.

Os imortais da Academia Piauiense de Letras se reúnem para definir, em segundo turno, o novo ocupante da cadeira 24. A vaga pertencia ao desembargador Paulo de Tarso Mello e Freitas, falecido aos 86 anos. O novo pleito acontecerá no próximo sábado (09).

No primeiro turno, ocorrido no dia 1º de dezembro do ano passado, 13 candidatos concorreram a três cadeiras. Para a cadeira 18 foi eleito o médico Itamar Abreu Costa e para a cadeira 32 o economista Felipe Mendes. Agora, estão concorrendo à vaga da cadeira 24 os candidatos Moisés Reis e Plínio Macedo, que conseguiram maioria no primeiro turno, mas nenhum dos dois atingiu os 19 votos necessários para se eleger.

Conforme o regimento interno, para ser eleito, o candidato deve obter maioria absoluta. Ao todo, estão aptos a votar 37 imortais, já que os dois primeiros eleitos ainda não tomaram posse. Aqueles que residem em Teresina, devem comparecer à sede da academia para depositar o voto na urna. Já os que residem fora, podem enviar o voto pelos Correios. A Comissão Eleitoral é encarregada de arrecadar todas as cédulas de forma sigilosa e fazer a apuração.

O horário da votação segue até as 11h30 do dia 09. Logo em seguida, a comissão faz a apuração e proclama o resultado.

Os 40 imortais que ocupam atualmente as cadeiras da Academia Piauiense de Letras se preparam para comemorar, este ano, o centenário da instituição. Essa trajetória secular está registrada em diversas publicações, principalmente a Revista da Academia, e na memória dos acadêmicos que já passaram por lá.
Entre os principais itens dessa comemoração estão as publicações de obras, que vem sendo organizadas em duas coleções: a Coleção Centenário, que vem fazendo um resgate dessa história da literatura piauiense, focada em obras do passado, que trazem uma enorme carga cultural; e a Coleção Século XXI, que tem como foco a oportunização de publicação de autores novos, títulos inéditos, revelar nomes e, assim, enriquecer a literatura piauiense.
A Coleção Centenário vem sendo editada em forma de força-tarefa literária, com a colaboração de vários acadêmicos em todas as etapas, desde a coleta do material [algumas obras reeditadas não tinham exemplares no Brasil], até a revisão final. O início dos trabalhos se deu sob a coordenação do então presidente da APL, Reginaldo Miranda, e teve sequência pelo atual presidente, Nelson Nery Costa.
“Acho que ela faz um caleidoscópio da cultura, da literatura, da história e da geografia do Piauí dos últimos duzentos anos. Estão presentes obras como do Leonardo Castelo Branco, do início do século XIX, já com dois livros, até autores atuais, como Oton Lustosa, com o romance Meia-Vida. Além disso, tem autores como Lucídio de Freitas, Clodoaldo Freitas, Higino Cunha, Martins Napoleão, João Pinheiro, Luzia Amélia Queiroz, Lincurgo de Paiva, Miguel Borges Leal Castelo Branco e muitas obras, com Da Costa e Silva, H. Dobal e Alvina Gameiro. Tem autores clássicos e autores ainda vivos, como Assis Brasil, Reginaldo Miranda e Paulo Nunes. Ou seja, tem quase tudo de importante publicado no Piauí e sobre o Piauí”, destaca Nelson Nery Costa.
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A Coleção Centenário Século XXI é uma coleção inédita, com autores diversificados e diferentes fontes de financiamento. “É uma Coleção que está em formação e ainda com um perfil a ser definido com o tempo. Alguns autores são consagrados, como Celso Barros Coelho, com “Perfis Jurídicos Paralelos”, e artistas, como Lázaro do Piauí. Aposto muito na coleção que já está se aproximando de vinte números”, afirma o presidente.
Além dessas publicações, ao longo deste ano, a Academia deve ser palco de lançamentos literários, discussões importantes acerca do Estado, de sua cultura, de sua gente.
Revista da Academia
Trata-se da publicação mais antiga da APL. Data de janeiro de 1918, logo após a fundação da instituição, em 30 de dezembro de 1917.  Na primeira edição, o secretário-geral João Pinheiro, relatou sobre os objetivos da revista. “Apesar de todas as dificuldades, sobretudo de caráter econômico, empreendemos esta publicação, destinada principalmente, a difundir o gosto das boas letras e dos estudos de história e de geografia do Piauí, de que tanto carecemos.[…] A fundação da Academia de Letras e a publicação desta Revista visam chamar a atenção dos entendidos para o estudo de quanto nos possa interessar, de seus homens, de suas cousas, tanto quanto estiver ao alcance das nossas forças!”, explicou.
A publicação da Revista ocorreu normalmente até 1929, com excessão do ano de 1920. Depois de seis anos sem circular, volta em 1936 com a edição n.º 15, seguindo regularmente até o ano de 1939, com uma edição anual. Entre 1942 e 1943 são lançadas as edições n.º 19 e 20, respectivamente. A 21.ª edição só sai em 1962. A partir de 1972, sob a presidência de José de Arimathéa Tito Filho, a revista teve publicação regular.
A Revista da Academia Piauiense de Letras vem se configurando como o principal veículo de informações sobre a cultura piauiense, contando, ao longo de todo esse tempo, com a colaboração dos principais homens e mulheres das letras não só no Piauí, mas em todo o país.
“Essa revista é publicada desde 1919 e chega ao número 73 com vários artigos e discursos. Inclusive, eu estou publicando um artigo com cerca de setenta páginas sobre os primórdios da Academia Piauiense de Letras e seu funcionamento na primeira metade do século XX. Fora isto, tem artigo do Celso Barros Coelho, de M. Paulo Nunes, do Elmar Carvalho, do Francisco Miguel de Moura e do Humberto Guimarães, dentre outros. Está muito boa e bonita a edição”, finaliza Nelson Nery Costa.